Durante muitos anos os rios de São Paulo foram uma das razões da existência da cidade, essenciais em seu período inicial de ocupação. Porém no meio do caminho havia um rio; muitos rios, e com o passar dos anos foram vistos como empecilhos ao desenvolvimento da metrópole. Era preciso sanear as várzeas e com elas o mau cheiro, as doenças, os alagamentos, os negros, os pobres e seus costumes que atrapalhavam o sonho da elite de impor às cidades brasileiras os padrões europeus de urbanização e civilização. Soterraram e canalizaram córregos, rios foram desaparecendo da paisagem e se esqueceu a hidrografia. As terras alagadiças se tornaram novos terrenos para usar, especular, lucrar. As cidades cresceram, no lugar da água: Cimento, no lugar da terra e da vegetação: Asfalto. As temperaturas locais aumentam, as chuvas caem, os rios disputam espaço com as ruas que os sufocaram e nos lembram de que continuam existindo.
TERÇA-FEIRA. Dia 17 de Setembro de 2013
Mesa: Geografia Crítica e crítica à geografia. 20h.
Charlles da França Antunes (UERJ- FFP) e Isabel Alvarez (USP)
No XVII Encontro Nacional de Geógrafos, em Belo Horizonte, em uma mesa sobre balanços da geografia brasileira ouvimos que muitos vezes o “título” de crítico conferido a alguns geógrafos se dá simplesmente pela inércia que se estabelece no estudo da ciência geográfica e que em publicações recentes falta à crítica à geografia crítica. Carlos Valter, em 1982, começa seu texto A Geografia está em crise. Viva a Geografia com as palavras “Muita tinta se tem gasto para discutir o que seria uma geografia científica” a fim de compreender o que é a Geografia, a quem e para quem serve. A questão depois de 30 anos é se essas indagações foram respondidas e se a Geografia Crítica tem um papel efetivo até hoje na Geografia que queremos.
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